Wilmar Silva de Andrade |
A CISTERNA
Ninguém pode fazer nada por você,
Ninguém, nem mesmo a sua irmã
Mais velha que vive a vida dela
Ninguém, nem mesmo a sua irmã
Meeira que vive a vida dela
Ninguém, nem mesmo a sua irmã
Mais nova que vive a vida dela
Nem mesmo ele, o seu irmão
Que deixou o cafezal e o trator
E vive alado de lembranças
Ao cair a cisterna de pássaros
SOLO EM FAMÍLIA
Eu tentei e como tentei fugir
Fugir de tudo que era eu e eu
Mesmo tentei e como tentei
Fugir de mim como um foragido
Eu foragi de mim eu vinha de um país
O país onde nasceu um cavalo
E esse cavalo também sou eu
O país onde nasceu um pássaro
E esse pássaro também sou eu
O país onde nasceu um inseto
E esse inseto também sou eu
Eu e minha floresta no meio da noite
A mesma floresta onde nasceram e morreram eles
Os meus pais em estado de natureza
O FILHO DA FILHA
A Jade
Ela ficava ao redor de mim
E me olhava com olhos infinitos
Um amor sem fim a exalar
Uma vez, ela falou, uma vez,
Que queria me colocar na caixinha
Uma vez, ela falou, uma vez,
Uma vez, ela falou, uma vez,
Que queria me dar corda na caixinha
Uma vez, ela falou, uma vez,
Uma vez, ela falou, uma vez,
Que eu seria seu filhinho encantado
Uma vez, ela falou, uma vez,
Ela ficava ao redor de mim
E me olhava com olhos infinitos
Um amor sem fim a exalar
TRANSE
Eles, nem meu pai, nem minha mãe,
Nunca leram um poema meu, nunca,
Não leram porque eles viviam em
Transa com a natureza e não tinham
Tempo para ler um poema, tinham
Tempo sim para ver a minha poesia
E perguntavam, às vezes, quando
Ouviam de minha voz, que letra era aquela letra,
Ouviam de minha voz, que sinal era aquele sinal,
Se tinha acabado, se tinha mais,
Se podia ler mais, se tinha como
Escrever, por exemplo, o arco-íris.
(c) Wilmar Silva de Andrade
Minas Gerais
Brasil
Wilmar Silva de Andrade (Minas Gerais, Brasil) el poeta e intérprete Wilmar Silva de Andrade es un artista singular en la poesía brasileña contemporánea, con decenas de libros de poesía publicados en Brasil y en el exterior. Su poesía ha sido traducida al español y publicada en francés, italiano, inglés, alemán, finlandés, húngaro y búgaro. Su éxito llegó en 1986 con el poema/libro "Lágrimas y orgasmos", creador de la llamada "Poesía Biosonora" libros con videos, CD,instalaciones, intervenciones, además de ecoperfomances presentadas en América, África y Europa. Grabó en CD Neonão", con Francesco Napoli, "Musicacha", con Gilberto Mauro, "Muscai", con Saulo Fergó. Letrista con poemas musicalizados y cantados por intérpretes brasileros de actualidad, como Anand Rao, Francesco Napoli, Getúlio Prates, Jorge Dissonância, Rafael Sales, Renato Torres, Reynaldo Bessa, Saulo Fergo, Rita Silva etc. Ideó el "Encuentro Internacional de Lectores, Vivência e Memoria de Poesia TERCAS Poéticas proyecto que existe en Belo Horizonte, Minas Gerais, semanalmente, desde 05 de julio de 2005. Investigador de Poesía de Lenguas portuguesas,un ejemplo de contraantologia" Portuguesa: Minas Entre-os Povos de la misma língua, Antropologia de una poética ", un libro-dvd con 101 Autores de Brasil, de Portugal, de Cabo Verde y de Guiné-Bissau, en red de investigación con la Universidad de Coimbra, Portugal. Organizó como Antologías "Verdes Sons Azuis", "Sonata Poética", "o Achamento de Portugal", "TERCAS Poéticas: Jardins Internos", "Girassóis Gerais: Poesia das Montañas", "Poesía Inédita de Minas Gerais" y "O Amor sin Terceiro Milenio ". Productor y presentador del Programa de lenguas sonoras "Tropofonia" en educación 104,5 radio de UFMG, Prêmio Roquette-Pinto (Ministério da Cultura do Brasil), proyecto en red con Argentina, Uruguay, Bolivia y España. Fundador y editor de correo da Anome Livros, Premio Jabuti, Editora reedicón de publicación de literaturas contemporáneas brasileras. Wilmar Silva de Andrade es uno de los más interesantes creadores de su generación. Activista de la Naturaleza en todos los sentidos, su poesía es como médula, una lengua de pueblos como manifestación en Defensa de la Humanidad.
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